Lançamento: 1957 (lado A do 78 rpm nº 5.743 da
Copacabana – Matriz M-1857).
Áudio: arquivo IMS
Foto: revista do Vasco de
junho de 1960.
Letra:
Grande na terra, grande no mar
Vasco da Gama, glorioso pavilhão
Tua grandeza tão singular
Cabe inteirinha no meu coração.
Grande na terra, grande no mar
Vasco da Gama, glorioso pavilhão
Tua grandeza tão singular
Cabe inteirinha no meu coração.
Vasco da Gama, Vasco da Gama
As tuas cores combinadas são tão belas
Me fazem recordar aquela história
A história das famosas caravelas.
Vasco da Gama, como eu adoro
Essa bandeira tantas vezes heroína
Eu grito na vitória ou na derrota:
(Coro: Casaca! Casaca!)
Sou vascaína.
A coluna
“Ronda Diária”, de José Araújo, publicada em O Jornal 01/02/57 anuncia:
“Vai ser lançada pela fábrica de ‘Discos Copacabana’ a marchinha ‘Eu sou
vascaína’ — que dizem ser formidável —, gravada por Olivinha Carvalho, ardorosa
vascaína, em homenagem ao campeão da cidade”. Em 1956, o Vasco venceu o
Campeonato Carioca, e a música foi lançada no ano seguinte.
A paixão
de Olivinha Carvalho pelo Vasco era notória e foi tema, por exemplo, de uma
reportagem especial para revista Radiolândia de 22/01/55.
Intérpretes: Murilo Caldas, Linda Marival e
Orquestra
Gravação: 10/02/1955 (lado A do 78 rpm nº
13.808 da Odeon – Matriz 10439).
Áudio: arquivo IMS
Foto: Diário de Natal
de 28/07/1952
Letra:
Ele: Sou Vascaíno de coração.
Ela: Eu sou Flamengo, bicho-papão.
Ele: Não acredito que o Vasco vá perder.
Ela: Pois o Flamengo o Vasco vai vencer.
Ele: Olá garota, não faz farol.
Ela: Só no Flamengo é que se joga futebol.
Ele: Vamos fazer uma aposta, minha nega.
Ela: Pois não, seu moço, aqui está minha
pelega.
Ele: Opa!
Ele: Sou Vascaíno (Ela: É, não é?) de coração.
Ela: Eu sou Flamengo, bicho-papão.
Ele: Não acredito que o Vasco vá perder.
Ela: Pois o Flamengo o Vasco vai vencer.
Ele: Olá garota, (Ela: O que é que há?) não faz
farol.
Ela: Só no Flamengo é que se joga futebol.
Ele: Vamos fazer uma aposta, minha nega.
Ela: Pois não, seu moço, aqui está minha
pelega.
Ele: Opa!
Ele: O seu juiz deu a saída
O papão levou logo uma punida
O Dequinha no Vavá fez logo um pau
Sabará deu um centro batatal
Vejam só que coisa preta, o Pinga visou a meta
Ademir entrou na área e fez o gol de bicicleta.
Coro: Gol de bicicleta!
Ela: Não está direito!
Ele: Não está direito o quê?
Ela: Fizeram um pau no jogador!
Ele: Que fizeram pau coisa nenhuma!
Ela: É, mas no segundo tempo é que nós vamos
ver.
Ele: Então vamos ver o segundo tempo.
Ela: Não me amole, ó seu lambão.
Ele: O pranto é livre, meu coração.
Ela: É na virada que o Flamengo vai jogar.
Ele: É... É na virada que o placar vai
aumentar.
Ela: Aí no Vasco...
Ele: O que é que tem?
Ela: Só vejo bonde.
Ele: E lá no Mengo futebol existe há onze.
Ela: Os vascaínos são gargantas da cidade.
Ele: E assim mesmo a Cruz de Malta é uma
verdade.
Ela: Taí um time de qualidade
Ele: Ai!
Ela: É o Benitez quem dá dribles à vontade
Ele: Lá vem ele!
Ela: O Zagallo faz misérias no salão
Ele: Que horror!
Ela: O Joel já passou com exatidão
Ela: Ai meu Deus, que coisa louca,
O Rubens pinta o sete
Entrou o grande Índio e fez o gol de patinete.
Coro: Gol de patinete!
Ele: Quer dizer que...
Ela: Dois bicudos...
Ele: Não se beijam!
Murilo
Caldas era irmão de Sílvio Caldas e foi casado com Linda Marival. Na música
acima, são citados jogadores famosos da época: Vavá, Sabará, Pinga e Ademir (do
Vasco) e Dequinha, Benitez, Zagallo, Joel, Rubens e Índio (do Flamengo).
Há duas
músicas anteriores de Murilo Caldas sobre a rivalidade de torcidas. A primeira,
“Torcidas Renitentes” foi gravada com sua primeira esposa, Lolita França e lançada
em agosto de 1940 (Columbia nº 55.238-a). Nela, o tema é a rivalidade entre
Fluminense e Flamengo, sendo Lolita França a tricolor e Murilo Caldas o
flamenguista.
De
outubro de 1953, já com Linda Marival, é “São Paulo x Corinthians” (composta em
parceria com Francisco Malfitano e lançada pela Copacabana sob o nº 5.158-A).
Nessa marcha, Murilo Caldas é o são-paulino e Linda Marival a corintiana.