Compositor: Roberto Martins
Intérprete: Gilberto Alves
Acompanhamento: Fon-Fon e Sua Orquestra
Gravação: 01/09/1944 (lado A do 78 rpm nº 12523 da Odeon – Matriz 7643).
Áudio: arquivo IMS
Foto: A Manhã Esportiva de
10/01/45.
Letra:
Plaque, plaque,
O meu leiteiro
Já tem dinheiro nos bancos.
Plaque, plaque, plaque,
Plaque, plaque,
Ele inventou
A sinfonia dos tamancos.
De madrugada
Ele acorda a freguesia,
Com os tamancos
Tocando a sinfonia
É Vasco até morrer,
Só bebe alvaralhão,
E ainda é sócio
De um varejo de carvão.
A coluna “Carnaval”, do jornal A Manhã de 27/01/1945 conta que a música, a princípio, não foi bem-recebida pela comunidade portuguesa:
“Logo após ter sido lançada a marcha ‘Sinfonia dos Tamancos’ (...) formou-se uma onda de murmúrios no seio da briosa Colônia Portuguesa. É inconcebível e irritante, diziam uns; devemos protestar, argumentavam outros.” (...)
“Mas, toda essa onda foi se amainando, e, já não se fala mais em ‘extermínio’ da música. Atualmente, até a colônia canta satisfeita a gostosa melodia carnavalesca.”
Em entrevista veiculada na mesma coluna, o autor diz que teve a ideia para a composição em Paquetá, quando observou que na ilha se usava muito o tamanco, “por ser mais cômodo e aconselhável”. O ruído constante do “plaque-plaque” do calçado o inspirou. Ele explicou também a citação ao Vasco, mesmo sendo torcedor do América:
“Meu amigo, sou descendente de portugueses. Quase toda a minha família viu a luz do dia na terra de Camões. Portanto, não importa o fato de ser adepto fervoroso do América, e ter as minhas simpatias pelo grêmio cruz-maltino, que considero uma das expressões máximas dos desportos metropolitanos.”
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