sexta-feira, 19 de agosto de 2022

O Expresso não parou, 1946

Compositores: Ari Cordovil e Isidoro de Freitas

Intérpretes: Jorge Veiga e Ari Cordovil

Acompanhamento: Benedito Lacerda e Seu Conjunto

Lançamento: março de 1946 (lado B do 78 rpm nº 15.590 da Continental – Matriz 1389).

Áudio: arquivo IMS

Foto: Jornal dos Sports de 13/11/1945.  


Letra:

 

Ai, ai, ai, ai
Como cansa esperar
O Expresso da Vitória parar

Ai, ai, ai, ai
Como cansa esperar
O Expresso da Vitória parar

Em São Cristóvão esperei bastante tempo
Em Madureira esperei muito mais
Lá em Bangu, mais ou menos uma hora
Mas o Expresso não parou até agora

Ai, ai, ai, ai
Como cansa esperar
O Expresso da Vitória parar

Ai, ai, ai, ai
Como cansa esperar
O Expresso da Vitória parar


Em Botafogo o pato estrilou
Mas mesmo assim o Expresso não parou
Lá na Gávea espinafre vai faltar
Coro: Casá, Casá, Casaca, a turma é da fuzarca

Ai, ai, ai, ai...

A música aborda o Campeonato Carioca de 1945, vencido pelo Vasco. Faz referência a alguns dos adversários enfrentados pelo clube:

- São Cristóvão, a quem venceu por 1x0 e 5x1;

- Madureira, que venceu por 4x1 e 4x0;

- Bangu, 5x1 e 6x2;

- Botafogo, quando o “pato estrilou” (protestou, reclamou): o Vasco venceu o 1º jogo por 1x0 e empatou o 2º por 2x2. O Pato Donald era, na época, mascote do Botafogo. No entanto, mesmo com a estrilada do pato e o consequente empate, o Expresso não parou e continuou ganhando jogos;

- Flamengo, cujo mascote era o marinheiro Popeye. A música diz que na Gávea faltaria espinafre, o alimento que fortalecia Popeye nos desenhos. O Vasco venceu o 1º jogo por 2x1 e empatou o 2º (o último jogo do campeonato) por 2x2, sagrando-se campeão invicto.

“Em 1947, com a vitória do Vasco da Gama no campeonato carioca de futebol, Ari Cordovil fez um samba denominado ‘O Expresso Não Parou’. Para gravá-lo obteve a ajuda de Ciro Aranha, presidente dos vascaínos, que se comprometeu a comprar cinco mil discos à Continental. Esta gravadora, porém, queria que o samba fosse gravado por Jorge Veiga. Diante da imposição de Ari Cordovil chegou-se a um acordo: a gravação saiu mesmo feita pelos dois, estando na outra face ‘Fui um Louco’, que afinal conseguiu maior sucesso. O Disco, entretanto, não elevou Ari Cordovil no mundo artístico. E só em 1956 voltou ele a gravar (...)”.

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